PROJETO “Artesanato da Taquara – A Esteira”
Resgate de técnicas e utilização de bambú
A Taquara é uma planta da família graminae, muito conhecida também como um tipo de bambu, planta nativa da Ásia, mas muito ocorrente no Brasil. Pode ser encontrada em regiões úmidas, protegidas do sol e até mesmo inóspitas. Possui muitas utilidades, como no artesanato, na alimentação, na construção civil ou mesmo no uso medicinal.
Nesta proposta, a Taquara será utilizada para confecção de esteiras, artefatos utilizados como forros internos de casas coloniais ou outros subprodutos, como cestas, objetos decorativos, vasos de planta, aparadores e suportes para vários objetos.
Em Sabará, o bairro do Pompéu, localizado em uma região rural do antigo Distrito Mestre Caetano, a 3 kms. da sede, possui extensa área verde e tradição na culinária local. Além disso, possui história de produção de artefatos a partir da Taquara, como conta o Sr. Wilton, artesão morador do bairro: “Meu pai já fazia esteira há mais ou menos 60 anos atrás, ele ensinou pra meu irmão e eu aprendi com ele, há mais ou menos 30 anos atrás e estamos aqui até hoje”.
Buscando resgatar e valorizar a produção do artesanato a partir da Taquara no município, este projeto consiste no repasse das técnicas da produção de esteiras a jovens e adultos da comunidade de Sabará.
O projeto “Artesanato da Taquara – A Esteira” será executado em 05 meses, a iniciar em junho de 2011 e se divide em 03 etapas: a preparação, a realização do curso e o fechamento final; sendo a primeira com 01 mês e as duas etapas subseqüentes, cada uma delas com 02 meses de duração.
O curso foi dividido em módulos teóricos e práticos. Para sua realização, a segurança dos participantes é algo que foi estabelecido como prioritário, tendo em vista a natureza dos equipamentos utilizados na coleta e tratamento da planta. Outro ponto de grande valor é o conhecimento das características e propriedades naturais da planta, os quais também serão repassados durante o curso bem como as corretas técnicas de colheita visando uma extração sustentável da planta. Os módulos práticos serão repassadas pelo Sr. Wilton, tradicional artesão do bairro Pompéu; e a parte teórica, será repassada por consultoria especializada Cajaty Soluções Ambientais, bem como a supervisão da segurança do trabalho.
Os 02 meses finais serão destinados à recuperação de conteúdo e certificação dos participantes, apresentação dos resultados à comunidade e prestação de contas.
Os participantes serão avaliados na prática durante a execução do curso e através de uma “prova” teórica ao final. Somente com a aprovação final irão receber a certificação.
Os resultados do trabalho dos artesãos serão também, divulgados nos meios de comunicação locais.
Na intenção de oferecer alternativas para a continuidade do trabalho e a transformação da técnica em oportunidade de geração de renda, as ferramentas, materiais e equipamentos de segurança utilizados na prática serão mantidos de posse da ONG Leão para que sejam aproveitados na segunda etapa do Projeto, a ser proposta em 2012, cujo objeto será a formação de um grupo produtivo para a criação de uma possível cooperativa.
Da mesma forma, após terminado o curso e até que seja iniciada a segunda etapa, os participantes serão incentivados a utilizar o Parque Natural Municipal Chácara do Lessa – sem, no entanto, comercializar qualquer produto - como “laboratório”, a fim de desenvolverem suas técnicas e estabelecerem uma relação mais estreita no grupo, condições básicas para a formação futura de um grupo produtivo e organizado. Esse “laboratório” será incentivado até a proposição para a formação de um grupo de produção e/ou comercialização cooperada no futuro, como próxima etapa deste projeto, a ser desenvolvida no ano de 2012 a partir do interesse do próprio grupo e com o empenho desta entidade.
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